Modelos BIM

Quais informações são necessárias nos modelos BIM?

A contratação de projetos em BIM por construtoras e incorporadoras já é uma realidade em empreendimentos no Brasil. Sejam eles de altíssimo (AAA) ou de baixo padrão (MCMV), o uso de modelos gera inúmeros benefícios para a obra em questão, reduzindo custos e aumentando a confiança nos investimentos.

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Frustração é a palavra que resume a experiência de algumas empresas que iniciam sua jornada no universo que é a metodologia BIM. Falta de treinamentos práticos, conhecimentos teóricos e noção dos processos necessários, geralmente são os responsáveis por fazer os profissionais pensarem que “o BIM não é para nós”.

Por outro lado, controle, previsão e eficiência, são os sentimentos de empresas que implementaram com sucesso processos e ferramentas BIM, impactando positivamente todas as relações da cadeia de construção, aumentando faturamentos e reduzindo desperdícios. 

Pensando nisso, viemos compartilhar com vocês um pouco sobre a nossa experiência com mais de 200.000 m² gerenciados em BIM para empreendimentos de construtoras e incorporadoras. É preciso deixar muito claro que não existe o “modelo certo” ou “modelo ideal”, e sim diversas opções para criação e manipulação dos bancos de dados do empreendimento, que é o modelo BIM.

Tudo depende do por quê. Por que você quer criar esses modelos BIM, quais são seus objetivos, como e onde você pretende utilizar essa representação e essas informações? Sem isso bem definido no começo, os projetistas não sabem como criar o modelo (quais informações inserir), a construtora não tem definidos seus padrões internos e de colaboração, e todo o processo é comprometido.

A contratação de projetos em BIM por construtoras e incorporadoras já é uma realidade em empreendimentos no Brasil. Sejam eles de altíssimo (AAA) ou de baixo padrão (MCMV), o uso de modelos gera inúmeros benefícios para a obra em questão, reduzindo custos e aumentando a confiança nos investimentos.

Porém, isso é o resultado de um processo bem estabelecido e outras definições fundamentais. O que acontece é que em muitos casos, a construtora se vê no meio de inúmeras iniciativas de implementação e quer se atualizar.  Ela então contrata “projetos BIM”, modelos complexos “cheios de informação”, mas não tem conhecimento de como criá-los e utilizá-los, e por fim acaba abandonando aquelas representações e voltando ao uso do papel. Em outras situações, ela recebe além do modelo algumas listas de materiais, porém as mesmas não estão organizadas de acordo com suas necessidades de orçamento, faltando informações e dificultando o manuseio.

Para você que está interessado em entender como construtoras e incorporadores gerenciam projetos em BIM, criamos um PDF completo sobre o assunto

Ambas as situações são corriqueiras no mercado atual e acabam por decepcionar empresas com relação ao uso do BIM, considerando a metodologia apenas a representação tridimensional dos projetos e negligenciando toda uma estrutura de padrões que vai permitir ter um real controle das informações dos empreendimentos.

Mas como resolver esse problema? Bom, não é tão simples mas não é tão complexo, e abaixo vamos exemplificar quais informações você precisa no modelo para cada uso em específico. Não vamos citar todas as possibilidades, por serem inúmeras. Vamos focar nas que mais temos aptidão nesse artigo e no futuro nas demais opções.

Trabalhando com modelos BIM

Aqui na Otus Engenharia, trabalhamos contratando, criando, verificando e manipulando modelos BIM para os seguintes usos: Coordenação 3D, Orçamento, Planejamento e Obra.

Existem alguns pontos primordiais para iniciarmos os projetos em BIM, que independe do uso que você pretende estabelecer para esse empreendimento.

Pontos iniciais para todos os projetos:

  • Coordenadas compartilhadas
  • Padronização dos níveis e arquivos
  • DNA da construtora
  • Padrões de colaboração (CDE, BCF, IFC’s)
  • Processo de projeto
  • Plano de Execução BIM

Para coordenação 3D

A coordenação 3D é o objetivo que menos precisa de informações para funcionar, pois somente é preciso estabelecer quais são os elementos necessários de serem modelados, quais precisam apenas de uma visualização 2D e quais não são necessários graficamente. Quando o objetivo é apenas esse, a preocupação está no “encaixe” dos projetos com a realidade dos métodos construtivos adotados. Esse é o uso inicial do BIM, pois reflete em projetos compatíveis e a visualização facilitada.

Será que você realmente precisa ver a mangueira do hidrante ou o  detalhe de entrada enterrado?

Quais elementos você precisa analisar visualmente?

Desses, você precisa estabelecer quais são as características necessárias, como área, volume, comprimento e demais atributos que tornem o elemento uma representação do que será realizado em obra.

Quais elementos você pode ter por associação?

Desses, é fundamental estabelecer quais representações podem ser feitas em 2D e quais precisar estar em 3D, pois isso simplifica muito o lançamento dos projetos.

Se você vai contratar imagens comerciais renderizadas para vender o imóvel, você precisa dos móveis modelados ou podem ser apenas representações?

Modelos BIM

Para orçamento

O orçamento BIM 5D não é representado por apenas uma estimativa de custos, e sim pela simulação de inúmeros cenários. O BIM 5D representa um modelo onde você consegue alterar algumas características do empreendimento (como revestimentos, métodos construtivos, sequenciamento de atividades e ritmo) e avaliar o resultado disso nos custos.

Para isso acontecer, é necessário ter uma estrutura pronta para ler as informações dos modelos BIM e associar com sua EAP. E claro, ter uma EAP única para todo o empreendimento (projeto, planejamento e orçamento).

Esse uso é muito mais avançado, pois necessita de mais informações nos modelos e de toda uma base preparada para receber, analisar e associar todas informações com serviços ou atividades da estrutura orçamentária. Porém, é aqui que a empresa terá um controle mais eficiente sobre os impactos das alterações nos custos e terá maior previsibilidade nos fluxos de caixas e possíveis exposições negativas do seu empreendimento, balanceando os investimentos.

Como está organizada sua EAP? Aqui é fundamental ter o entendimento de como os quantitativos serão estruturados e levantados dos modelos BIM, para que os projetos sejam lançados para cumprir esses requisitos.

Se você precisa das alvenarias separadas por tipologia, pavimento e apartamento, por exemplo, essa informação deve ser inserida nos elementos ou a associação precisa ser feita por metadados.

Para paredes, quais unidades são necessárias? Você precisa de área, metro linear e altura, ou tem outra informação, como os vãos livres que precisam ser determinados?

Você utiliza algum ERP? Caso você tenha um implementado na sua empresa, como as informações serão repassadas para essa ferramenta?

Se o seu ERP possui um aplicativo BIM, como o Rubic da MEGA, ele cumpre com os processos que você criou de desenvolvimento ou precisa importar via .xml, .csv, outro formato de dados?

Caso você importe por planilha, qual a codificação necessária para cada associação? Ela deve ser inserida nos elementos de projeto ou diretamente no software de gestão?

Modelos BIM

Para planejamento

O planejamento BIM 4D é quando associamos os elementos dos modelos a um planejamento de obra. O objetivo é avaliar visualmente o desenvolvimento da obra, seus riscos e possíveis pontos de melhoria no cronograma. 

Então, as informações necessárias nos elementos para fazer simulações BIM 4D envolvem o nível de controle dos seus pacotes de atividades em canteiro. 

Você controla o empreendimento como? Por torre, pavimento, apartamento ou ambiente? Isso vai determinar como os elementos precisam ser segmentados, seja por parâmetros dentro do software de projeto, seja por associações diretas nos softwares de planejamento BIM.

Para obra

A obra é onde os projetos são transformados em realidade. A execução é um processo dinâmico, mutável e com dependência de mão-de-obra humana. Devido ao método construtivo mais artesanal, a obra é um ambiente onde é necessário ter liberdade para ajustes e pequenas mudanças de decisão. Claro, as decisões que mais impactam o resultado do empreendimento devem ser tomadas com a maior antecedência possível, porém a realidade não é sempre essa.

Logo, pensando em BIM na obra, devemos sempre estar atentos a “o que a equipe de execução quer ver?” Quais são os principais elementos, informações ou detalhes que precisam estar disponíveis para acesso rápido e prático, facilitando a compreensão dos projetos e a construção daquela atividade?

Em resumo, é preciso entender quais as prioridades de visualização e o que a obra não precisa ver, como, por exemplo, o detalhamento mínimo de como é feita a conexão dos joelhos, pois o encanador ou responsável já realizou inúmeras vezes essa atividade em outras construções. Então, é necessário mapear com a equipe de execução quais os pontos primordiais e como o modelo precisa estar preparado para mostrá-los.

Isso pode ser feito através de ferramentas de visualização (Dalux, etc), projetos de produção e até mesmo de softwares de Realidade Aumentada (RA), se for o caso. O importante é entender e alinhar com os executores o que é necessário e o que não faz sentido, para que eles não percam tempo ajustando modelos ou tipos de visualização.

É fundamental entender que cada objetivo requer uma carga diferente de horas necessárias para conseguir cumprir, e que isso impacta diretamente no valor do projeto BIM, pois resultará em mais ou menos horas de trabalho para os responsáveis pela disciplina.

Então é essencial no início, antes da contratação, estabelecer junto ao fornecedor quais são os objetivos, o processo que será elaborado, os prazos e demais responsabilidades, para garantir que o dimensionamento da proposta seja preciso e sejam evitadas as frustrações e disputas judiciais, como as clássicas “isso não estava no contrato” ou “na precificação não foi pensando nisso”.

Para combater isso, aqui na Otus atuamos com construtoras e incorporadoras desenvolvendo o Plano de Execução BIM Pré-contrato, que alinha em etapas de proposta tudo isso e permite maior segurança para todas as partes.

Tenha em mente que a implementação da metodologia BIM precisa ser gradual e evolutiva, cada vez mais explorando os benefícios, pois tanto o contratante quanto o fornecedor precisam estar em um nível de maturidade similar do tema para conseguir atingir objetivos maiores.

Se você tem qualquer dúvida quanto a como criar esses processos e padrões, entre em contato com a Otus por nossas redes sociais que conseguimos te ajudar!

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